A importância de ser fracassado (F.G.A.M.) 2009

 

Terça-feira, 12 de Maio de 2009

A importância de ser fracassado

Eis a filosofia de Balboa: “não importa o quão forte você bate, mas o quanto você agüenta”.
Mas, no final, Rocky sempre vira e vence.

Rubinho superou o projeto de Rocky: “não preciso da virada e não preciso vencer: apanhar já é o meu amor”.

Rocky responde: “isso é ser botafogo. Achei que o campeonato era Vasco contra Vasco em prol de um melhor Vasco”.

Mas Rubinho derruba Rocky: “você é menos Vasco do que eu. A vitória que você quer é uma estrela solitária, cansada, final e inatingível. Quero dizer, sempre tem outra luta pela frente, a estrela está sempre faltando, você nunca atinge o amor, você só vira. Eu tenho a vitória da imanência do suportar o próprio fracasso. A importância de ser fracassado, a importância de ser Rubinho... “Suportar o fracasso!”: esse é o meu lema e o da lesma. Tudo é fracasso. Todo mundo é fracassado. Eu amo muito tudo isso. Suportar o fracasso e ser um cara legal. Eu sou o samba. Eu sou a máxima imanência do mais puro Vasco. “Suportar o fracasso!”: esse é o meu lema e o da lesma”.

Rubinho é a máxima realização do anti-herói modernista: o inteiramente feliz e aquém da massa.

E a torcida canta: “ê, Rubinho é melhor que Piquêt, mil vezes melhor que Schumachêr...”.

Mas se o Rubinho se matar até o final do ano, tudo muda.

Aliás, continuando meu projeto de implodir o blog, vou começar a escrever sobre o suicídio.

6 comentários:

Moreira disse...

"Todos" é o caralho! Pára de ser flamenguista fraco e fala em nome próprio, companheiro Brito. Re-assine o post. Puta que pariu, agora você conseguiu me irritar! Sério: re-assine o post. “Todos”... Porra, eu faço parte desse “todos”, do qual você se dá o direito de me excluir. Isso faz de você, o quê? “Nensinho / fascista frustrado” é a única resposta que me vem à mente. E não me venha com zoação de que todos vocês, tirando eu, falam em nome do todos. Se tem alguém dentre os participantes que está fora do Todos, então, esse Todos não existe.

Isso dito, releia o texto: você, mente tipicamente nensinha / confusa, não o entendeu. O mínimo que Zé Ketti poderia fazer é se sentir homenageado. Releia o texto. É estupidamente pró-samba. Isto é, não exatamente o texto, mas a fala do personagem Rubinho (pensador do Vasco) é estupidamente pró-samba. Eu sei, você prefere simplesmente zoar o Rubinho... Ora, se você acha que isso é o samba, então, sim, temos uma discussão interessante. Mas eu só vou te fazer uma pergunta: você não acha que uma maneira interessante de valorizar o samba é afirmando que ele é uma espécie de resignação / estóica / feliz? Quero dizer, você não acha que o samba, pelo menos nos seus primórdios, não pode ser visto como uma maneira do pobre dizer que aceita sua situação de pobre e que é indiferente aos valores da vitória burguesa?

Estranho como consegui te ofender mais nesse post do que no outro, no qual de fato tentei ofender...

Zééééé disse...

Kaka, re-assine o post pq eu não me incluo. Confesso que gostei desse post.

"...Rubinho é a máxima realização do anti-herói modernista: o inteiramente feliz e aquém da massa."

hahahahahahahhahahahah...

Rafael Brito disse...

O "Todos" foi sem querer. Tava logado com ele pq tinha feito o post do Galvão,e não vi.

Mas o post não foi nada pró-samba.

o post foi: samba e rubinho são botafoguenses,o botafogo é legal.

Ou seja, o post é anti-samba. Porque o samba não é botafogo.

Mas peguei pesado... désolé

não da pra re-assinar, vou excluir.

Rafael Brito disse...

Agora, respondendo as perguntas acima:
-você não acha que uma maneira interessante de valorizar o samba é afirmando que ele é uma espécie de resignação / estóica / feliz?-

Não, o samba é um mundo novo-muuito-melhor-que-gosta-muito-mais-muito-mais e tem que civilizar o mundo. eheheh. Por isso não é resignação, porque criou algo muito melhor.

Mas admito que seja estóico. Essa seria uma de minhas críticas ao samba. Temos que ver, também, que é dificil competir com essa massa cultural-comercial americana e as inovações do samba não aparecem muito.

Feliz? depende, e ai veio a confusão. Pq "eu sou o samba" é um mundo-novo muito melhor, natural do Rio de Janeiro, e deve civilizar o Brasil, como já fez, e futuramente, o mundo. Se vc tivesse usado um sambista botafoguense eu teria aceitado, acho que uma boa frase no seu texto, seria : "tire o seu sorriso do caminho, porque quero passar com a minha dor". Aí tudo bem, mas o "eu sou o samba" eu não gostei.

-você não acha que o samba, pelo menos nos seus primórdios, não pode ser visto como uma maneira do pobre dizer que aceita sua situação de pobre e que é indiferente aos valores da vitória burguesa?

Quase, tudo bem que foi criado e ainda hoje é mais difundido entre as classes mais baixas que na burguesia. Mas enquanto gênero musical nacional, engloba a todos nós, burgueses ou não, e por isso é muito-melhor-e-gosta-muito-mais, assim, deve se expandir cada vez mais. Um botafogo não atinge esse emanência nacional. O Samba é Flamengo. Ser botafogo é não gostar de samba.

Mas seu texto foi legal.

Moreira disse...

Ok. C´est pas très grave.

O samba não pode ser estóico e novo. Estóico e busca pelo novo não podem vir juntos: estóico consiste em aceitar o mesmo, buscar o novo consiste em se revoltar com o mesmo. Mas aceitar o mesmo, amar o mesmo não é ser Botafogo. O Botafogo consiste em sofrer com o mesmo, querer o novo e fracassar. O estoicismo pode ser uma crítica do novo, pode ser melhor que o novo. Não está nada faltando. É isso aí mesmo e isso é ótimo. Era essa a experiência Vasco-Rubinho que eu tentei apresentar.

Com o segundo ponto, até "concordo" com você. Mas é justamente esse o problema: o samba se tornou a música de todo mundo e também de ninguém: não tem mais crítica social nenhuma. Agora, essa sua questão de insistir que ele faz parte de uma identidade nacional e que isso é bom... Vou ter que responder num outro post.

Rafael Brito disse...

A questão estoicista que quis colocar foi enquanto gênero musical, não tem muitas inovações, musicais. Ou seja, o samba é samba, a-temporal. Diferente do rock, que tem punk-rock, sl-o-que-rock, qlqer-coisa-rock...
Por isso o comentario em relação a industria cultural norte-americana, pois as poucas inovações do samba mal conseguem chegar aos nossos ouvidos, onde o samba de grupo semente é o mesmo de Zé Ketti e a Voz do Morro, 50 anos depois. Daí o meu estóico, é musical.

O novo seria a busca da emacipação de um brasil-samba mundo-novo-além-mar-que-gosta-muito mais. O novo vem do sentido de criação e construção de um brasil-paraíso-além-mar muito melhor, contruido através do samba.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cleveland "Indians" Guardians

Qatar, vai se catar!

50 Anos Atrás