Deus não gosta do Botafogo, mas eu gosto (F.G.A.M.) 2009

 

Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

Deus não gosta do Botafogo, mas eu gosto

Deus não gosta do Botafogo, mas eu gosto: isso mostra que sou melhor que Deus? Possivelmente.

Porque talvez Deus goste do Botafogo.

Talvez Deus esteja apenas testando a fé do botafoguense.

Quando Deus está fazendo Emerson fazer dois gols contra, Maicosuel e Reinaldo se contundirem simultaneamente e Maicosuel já ser dúvida para o próximo jogo, Deus, no fundo, está dizendo: “mate Isaac, Abraão! Preciso saber que seu amor é verdadeiro. Mate Isaac, Abraão!”.

A questão do Botafogo é instaurar os valores judaicos, cristãos: Ok. Isso é aceitável. Não é Vasco. Mas é aceitável.

Já o Flamengo não tem questão com Deus. Aliás, ser-flamenguista = não ter questão com porra nenhuma. Aliás, ser-flamenguista = o reles, o reles... Aliás, ser-flamenguista = cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado.

Por que será que a barreira do Flamengo abriu? Ou melhor por que Ibson, enganado pela genialidade de Maicosuel deu um rodada (ou teria sido um passo de balé?) abrindo a barreira? Teria sido esse um acaso de jogo? Não. Óbvio que não. Ibson mostrou que é um verdadeiro flamenguista, porque ser-flamenguista é ficar cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado... Sendo assim, é insuportável pro Flamenguista ficar na barreira, fazer parte de um todo / comum, mesmo que por alguns instantes. É insuportável pro Flamenguista não afirmar seu ego.

Mas o Flamengo não é o time da massa? Sim, da massa, capitalista dispersa, ignorante, sem valor, sem questão, manipulável, tricolor frustrada...

Quer agradar um Flamenguista? Diz que ele parece tricolor. Quer agradar mais ainda um Flamenguista? Dá uma camisa oficial do Fluminense. Todo Flamenguista diz que detesta o Fluminense, mas isso é recalque, isso é recalque! Problema é que o flamenguista nem consegue entender a questão do Fluminense... Mas isso já é outro assunto...

Tem alguns jogadores do Flamengo que tentam criar outro Flamengo, tentam trazer uma união metafísica da massa. Exemplo: Obina. Exemplo: Flores. Exemplo: Ronaldo Angelim. Exemplo: Klébersson. Exemplo: Josiel. Aí, sim, o Flamengo poderia ser um time de espírito, muito superior ao Botafogo: o time da massa, o time do povo, o time do pobre... Foi com que esse pensamento que eu pensei em torcer por Flamengo nas finais... Mas aí, começa o jogo...

Fato: o companheiro Zé me disse, outro dia : “odeio o Obina e os companheiros Rodrigo Viegas e Gabriel (irmão do Medo B) também odeiam o Obina”. Aí, eu respondi: “Porra, mas o Obina é melhor que Eto´s, mil vezes melhor que Dodô, ô...”. Porra, odiar o Obina é ser nensinho, é negar a metafísica da massa flamenguista, é ser reles, reles...

Torcedor do nensinho gosta do Fábio Luciano, gosta do abre barreira Ibson, acha maneiro o moiacano de Léu Moura –– ou melhor, deixa o filho cortar o cabelo igual –– acha Bruno, um cara legal (caralho, esse filho da puta, toda vez que pode, faz uma catimba, antes de agarrar a bola), gosta do Juan...

O Botafogo deveria ter o direito de espancar aquele Juan. Pára o jogo: o Botafogo tem dez minutos para linchar Juan. Mengão não aceita zoação? Ah, vai se fuder... Isso pra mim era caso da torcida invadir e espancar... Não é aceitável, não é aceitável, o reles, o reles...

Eu só quero que vocês tenham consciência da vida medíocre que uma vitória do Flamengo representa. Quero dizer, vitória não, porque essa porra nunca ganha, essa porra não deixa os times que querem instaurar algum coisa ganhar.

P.S 1: Por favor, não me venham com a resposta da zoação de massa: tri-vice Vasco, e agora tri-vice Botafogo. Tragam, pelo menos, uma zoação nova. Afinal, esse é o Amor F.C, e não o Cada um no seu quadrado F.C.

P.S 2: Tem uma outra significação para essa palavra “quadrado” que muda tudo que eu falei. Quem souber, ganha um doce.