Adriano e a nossa condição (F.G.A.M.) 2009

 

Quinta-feira, 16 de Abril de 2009

Adriano e a nossa condição

Porque quando Adriano disse: “não”, ele estava dizendo “easy, easy going”, eu tive que simplesmente dizer: “foda-se”, é preciso que eu veja hoje “Simplesmente feliz, às 15:15 no Estação Ipanema, isso é necessário, isso é produtivo, isso é o máximo de produção, mas todo mundo está achando que Adriano está deprimido, que Adriano está jogando fora sua vida, quando ele só não agüenta mais essa felicidade empresarial, do futebol empresa, das entrevistas empresa, porque Adriano estava destruindo todo o sistema capitalista, quando ele disse: “não! alto lá, anão, ou eu, ou tu”, ele estava dizendo: não, não para a empresa, o futebol empresa, o jogador-empresa, isso não é necessário, todo dia, todo dia, treino e tédio e tédio e treino e tédio e tédio e tédio..., como se num escritório e mesas de escritório e papo de escritório e gente de escritório e vaginas de escritório, onde é que eu passo o cartão?, como se fosse um campo de futebol que fosse um escritório que fosse um campo de futebol, e a mesa do escritório estivesse dizendo pra você: isso é necessário, é preciso que você viva assim, como se a sua vida inteira fosse uma subida de andar, de um escritório-colégio para um escritório-faculdade para um escritório-cursinho para um escritório-concurso público para um escritório-emprego para um escritório-aposentadoria, e Adriano respondesse: isso não é necessário, não é preciso viver assim, porque Adriano não estava gozando só na cara da Inter de Milão e na daquela porra de técnico que se acha intelectual, ele estava gozando na cara de todo o sistema, e na porra daquela tentativa do São Paulo de transformar jogador de futebol em funcionário de empresa, e na tentativa de transformar o mundo num imenso escritório, todo mundo é funcionário, Adriano estava gozando na cara de toda a mídia esportiva, ele estava dizendo isso não é necessário, talvez para você essa vida seja necessária, para mim, não é, eu quero o além, eu quero o supersônico, o que é necessário é entrar no link da revista Zunái, colocado ali ao lado, para ler, reler, decorar, tatuar, comer, o Parque, isto é, se vocês tem coragem, isto é, se vocês conseguem suportar tanto amor, porque o Parque é um texto de amor, porque o Parque foi “acusado” de modernismo, mas o Parque é romântico, porque as vezes é preciso estar na av. Rio Branco às 4:30 da manhã por assim dizer muito bêbado e ver um McDonald´s fechado, e depois de alguns minutos, ver outro, e pensar: caralho, essa rua é circular, eu estou andando em círculos, isso é o inferno, a av. Rio Branco é um círculo, e nisso surge um taxista botafoguense, você pergunta: qual é o seu time? E ele diz: “Botafogo” e isso é véspera do jogo Vasco e Botafogo, e ele diz que acha que o Vasco vai vencer e que o filho dele é botafoguense roxo, e de repente tem um carro na contramão de uma rua e você vira e diz: porra, isso aqui é a Vinícius de Morais? e ele diz que sim isso é a Vinícius de Morais e tem um cara na contramão e você diz: caralho, essa porra tá louca, e depois você diz: amanhã, eu vou no jogo e o Vasco vai vencer, e, de repente, você está em casa, se masturbando, e você pensa que Zezé de Camargo e Luciano realmente entenderam o amor naquela música “é o amor”, e você vê o Vasco perdendo humilhantemente no dia seguinte, porque quando Adriano disse: não, ele não estava dizendo não, ela estava dizendo sim, isso é necessário, isso é real, é necessário ver Simplesmente feliz, hoje às 15: 15 no estação Ipanema e dizer: “foda-se”, e entrar no link da revista Zunái e ler Parque, isso é que é produzir, isso é que fazer alguma coisa com a sua vida, porque quando Adriano disse: não, ele estava dizendo “easy, easy going” e isso foi lindo e isso foi necessário e isso foi uma promessa de felicidade e viva o Amor e viva o Amor!

1 comentários:

Rafael Brito disse...

Porque Adriano leu Niezsche.

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